Os preços dos combustíveis
comercializados nos postos de todo o país fecharam a última semana em alta. A
gasolina teve seu quarto aumento semanal seguido, e o preço médio já subiu 3,5%
em um mês. Diesel e etanol subiram pela quinta semana consecutiva e as altas
acumuladas são, respectivamente, de 2,8% e 8,2% no período.
Os dados são do levantamento semanal da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados
pelo AE-Taxas. Os preços dos combustíveis nos postos foram, em média, de R$
4,319 (gasolina), R$ 3,540 (diesel) e R$ 2,969 (etanol) no período pesquisado.
De acordo com os dados da ANP, o etanol subiu em 22 estados brasileiros e a
gasolina, em 24.
O Gabinete de Segurança Institucional
(GSI) da Presidência da República já monitora atentamente as primeiras
movimentações de caminhoneiros no país em direção a uma nova greve no próximo
sábado (30/3). A categoria entende que os compromissos assumidos pelo
ex-presidente Michel Temer (MDB) durante a última paralisação não estão sendo
cumpridos.
Segundo as investigações do GSI, as
articulações dos caminhoneiros tiveram início em grupos de WhatsApp. Neste
momento, o movimento não parece ter a mesma força do ano passado, mas o governo
teme que uma nova paralisação possa, aos poucos, tomar grandes proporções e
chegar ao potencial explosivo da última greve.
No Palácio do Planalto, o objetivo é
evitar, a todo custo, que qualquer tipo de paralisação aconteça. A ideia é ser
mais ágil e efetivo, não deixando que a situação saia de controle, como
aconteceu com Temer. Vale lembrar que, além da crise de desabastecimento, uma
nova greve dos caminhoneiros também pode atrapalhar a agenda econômica do
governo e a tramitação da proposta de reforma da Previdência.
Segundo o presidente de associações que
representam os caminhoneiros, Wallace Landim, também conhecido como Chorão, que
se encontrou na semana passada com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx
Lorenzoni, as demandas da categoria são: o respeito ao piso mínimo da tabela do
frete; a implantação de mais pontos de parada e descanso; e uma intervenção do
Estado para controlar os aumentos no preço do óleo diesel.
Chorão, porém, disse não ser a favor de
uma nova greve no próximo dia 30, porque acredita que o governo tem buscado
soluções. Mas o representante dos caminhoneiros ressaltou que “o tempo é curto”
e as mudanças exigidas estão demorando demais. “Não acredito que deva ocorrer
greve no dia 30, mas paralisações não estão descartadas. Estamos conversando”,
declarou.
A alta nos preços dos combustíveis
ajuda a aumentar a insatisfação dos caminhoneiros, mas não é o único e nem o
principal ponto. Entidades grevistas em 2018 se mostraram apoiadoras do então
candidato à Presidência Jair Bolsonaro e hoje questionam o descumprimento de
algumas das promessas do governo anterior, que determinaram o fim da greve.
Governo e lideranças da categoria buscam entrar em acordo para evitar nova
paralisação.
Agência Estado
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